Assim como os doentes de Alzheimer são surpreendidos com um diagnóstico de demência, seus primeiros cuidadores – que quase sempre são seus familiares, também o são. Estudos mostram que a eleição do papel de cuidador principal costuma ser de mulheres na fase adulta, sendo esposas, filhas e/ou mães que mais frequentemente assumem este papel.
Seja qual for o vínculo familiar ou o parentesco, é importante compreender as repercussões emocionais envolvidas na tarefa de cuidar de um idoso com o diagnóstico de uma demência, como a Doença de Alzheimer, bem como o impacto familiar gerado por estas transformações. Neste sentido é importante buscar auxilio profissional, para entender sobre os aspectos relacionados ao tratamento das demências, quais são os seus estágios e comportamentos psiquiátricos e comportamentais envolvidos. Pois uma vez que se tem conhecimento das mudanças esperadas, é possível lidar com melhores estratégias, sugere-se por exemplo, para cuidadores e familiares que acompanhem atividades das Associações de Doença de Alzheimer, no Brasil. A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) possui grupos de apoio, para indivíduos portadores de quadros demenciais e encontros informativos/ educacionais que ajudam bastante neste sentido. A ABRAz tem ainda um site, aonde é possível obter informações sobre atividades gratuitas para cuidadores familiares, em todas as regiões do país, basta acessar o site: http://abraz.org.br/web/ .
Algumas estratégias, no entanto, podem ser implementadas na rotina do cuidado, para melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de demência, e consequentemente a de seus cuidadores:
-Atividades com músicas, assim como a musicoterapia: ajudam a diminuir o comportamento de agitação e de perambulação;
-Atividades de estimulação cognitiva: auxiliam o indivíduo a se manter orientado para o tempo e espaço, assim como auxilia na orientação para a realidade;
-Atividades físicas: auxiliam na redução dos comportamentos de agressividade, agitação psicomotora e perambulação;
– Pintura e atividades artísticas: auxiliam na melhora do humor e na diminuição da ansiedade.
Assim podemos pensar: o que fazer para amenizar a sobrecarga desse profissional? Pensando nisso, selecionamos algumas dicas, para tentar otimizar a vida e os cuidados do cuidador com o paciente, que esteja diagnosticado com doenças neurodegenerativas. Dessa forma, devemos entender a demanda de cada paciente, observando o seu grau de dependência e cuidado.
Algumas atividades podem ser realizadas em conjunto, como o paciente diagnosticado com a Doença de Alzheimer como:
-Assistir filmes;
– Ir à peças de teatro,
– Participar de cultos religiosos.
– Ademais, jogos e atividades lúdicas caseiras, como relembrar uma música, rever fotos do passado, entre outras coisas. Podendo ajudar tanto o cuidador como o paciente, a relaxarem durante o período que estiverem juntos.
O cuidador também não pode se esquecer, que precisa ter o seu tempo de descanso respeitado, precisa alimentar-se adequadamente, higienizar-se e poder fazer alguma (s) atividade (s) de lazer que lhe proporcione prazer. Afinal a tarefa de cuidado ocupa tempo, consome energia física e emocional do cuidador, gera estresse, depressão e muitas vezes, por negligenciar o cuidado de si mesmo, o cuidador desenvolve outras morbidades.
O suporte para o cuidador de indivíduos portadores de demência, pode trazer benefícios diretos para o paciente, assim como para a família como um todo, deste modo é possível vivenciar uma experiência de cuidado humanizado, otimizando os resultados do tratamento implementado. Assim como uma melhor estabilidade emocional para aquele indivíduo que apresenta a sobrecarga emocional do cuidado rotineiro, e o manejo adequado dos sintomas do paciente, visando uma maior possibilidades de investimento em vida pessoal e autocuidado dos que exercem a tarefa de cuidar.
Fontes consultadas:
Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), http://abraz.org.br/web/, acessado em 06 de setembro, de 2020.
Cachioni, M., Lima-Silva, T. B., Ordonez, T. N., Galo-Tiago, J., Alves, A. R., Suzuki, M. Y., & Falcão, D. V. D. S. (2011). Elderly patients with Alzheimer’s disease and their family relationships: Caregiver perspectives. Dementia & Neuropsychologia, 5(2), 114-122.
Assinam este artigo:
Ana Paula Bagli Moreira – Gerontóloga pela Universidade de São Paulo. Assessora científica do projeto de pesquisa de validação do Método SUPERA e pós-graduanda em Gestão em Saúde do Centro Universitário São Camilo.
Guilherme Alves da Silva- Estudante de iniciação científica e graduando em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e conselheira executiva da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e colunista do site do Método SUPERA.
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